SÃO GABRIEL WEATHER

Cátia Liczbinski

A importância do Empreendedorismo Feminino

"Não espere por grandes líderes; faça você mesmo, pessoa a pessoa. Seja leal às ações pequenas porque é nelas que está a sua força" (Madre Teresa de Calcutá).
No Brasil ainda se tem uma visão distorcida em relação ao empreendedorismo. Pensa-se em primeiro lugar em homens empresários, no entanto é crescente o número de mulheres empreendedoras.
A ONU criou em 2014 o Dia do Empreendedorismo Feminino (dia 19 de novembro) para incentivar a inclusão da mulher nos negócios e lutar contra a desigualdade salarial no ambiente corporativo.
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita em parceria com o Sebrae, no Brasil, o contingente de mulheres empreendedoras ultrapassa 30 milhões, em um universo de 52 milhões de empreendedoras.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), mostrou que após recuar para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no país fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões (aumento de 34% no empreendedorismo).
Uma grande parcela do empreendedorismo feminino é composta por pequenas produtoras locais, profissionais individuais e startups e o local de funcionamento de 55,4% das MEI é a própria casa.
Segundo as pesquisas, alguns motivos justificam o empreendedorismo feminino, como:
- Serem quase a maioria dos empreendedores. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões são mulheres. Já entre os microempreendedores individuais (MEI), as mulheres representam 48% do total. A preferência delas é pelos segmentos de beleza, moda e alimentação;
- As mulheres buscam flexibilidade e independência, conciliando o empreendimento com a família;
- Com a Pandemia ocorreu o aumento do desemprego o que fez com que as mulheres procurassem alternativas. Dados da RME mostram que o número de empresárias aumentou 40% no último ano. De todas as donas de pequenos e médios negócios do país, cerca de 26% abriram suas empresas já durante a pandemia;
- Outro ponto importante mostra que as empreendedoras são mais ágeis na hora de implementar inovações em seus negócios e digitalizar as operações. Cerca de 71% delas usam redes sociais, aplicativos e a internet para vender seus produtos e serviços, frente a 63% dos homens. E 11% das empreendedoras disseram ter inovado em seus negócios durante a crise, enquanto somente 7% dos homens declararam ter olhado para esse quesito;
- Também as mulheres empregam mais mulheres. Cerca de 73% dos empreendimentos liderados por mulheres no Brasil são majoritariamente femininos, contra apenas 21% dos empreendimentos liderados por homens. Já em relação à sociedade, das mulheres donas de negócio próprio com sócios, 44% têm apenas mulheres como sócias.
É importante incentivar o empreendedorismo feminino, porque além do empoderamento da mulher, aumentando sua autoestima, autonomia financeira e liberdade, é um grande meio de combater a violência doméstica, uma vez que a vulnerabilidade econômica diminui. Nesse sentido, empreender ajudou 48% das mulheres a saírem de relações abusivas.
Mas mesmo diante das mulheres empreendedoras é visível o machismo, o preconceito é explícito, em razão da cultura patriarcal dessas pessoas misóginas que a mulher é subordinada ao homem e seu lugar é tão somente no lar.
A busca por equidade de gênero e equiparação salarial faz parte de uma longa jornada na trajetória profissional de mulheres em todo o mundo. Segundo o Fórum Econômico Mundial (FMI), serão necessários 136 anos para que a igualdade entre homens e mulheres seja alcançada globalmente.
As dificuldades são inúmeras para o empreendedorismo feminino, e as mulheres que estão conseguindo realizar essas atividades seja por necessidade financeira ou por desejo pessoal precisam enfrentar o machismo dentro da própria família e sociedade, além da dupla ou tripla jornada sendo mãe, mulher, empreendedora, dona de casa e outros.
O importante é acreditar que existem redes de apoio, que a mulher é muito capaz, possui inúmeras habilidades e qualidades para assumir as atividades que desejar.

Alterações na Lei da alienação parental em caso de violência doméstica e a convivência entre pais e filhos Anterior

Alterações na Lei da alienação parental em caso de violência doméstica e a convivência entre pais e filhos

Violência contra a mulher: combata e denuncie Próximo

Violência contra a mulher: combata e denuncie

Deixe seu comentário