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Cátia Liczbinski

Amor é amor: pleno e puro

A morte do humorista Paulo Gustavo por covid nos dias anteriores ao dia das mães fez reacender a compreensão sobre o amor. Amor entre seres humanos, casais, entre pais, mães e filhos, amigos, pela natureza, animais, pela vida.
O amor é um dos temas mais discutidos entre pensadores, desde antes de Cristo sendo enfatizado e estudado pelos filósofos. É preciso amar: não há melhor amor, amor mais bonito ou amor mais certo. Apenas amor. O amor não faz distinção entre sexos, condição financeira, raça ou religião. O amor está no coração, no sentimento, é um só, para todos que são iguais e têm os mesmos direitos e obrigações.
Os filósofos no período anterior a Cristo foram os primeiros a tentar definir o amor.  Aristóteles (384 a.C- 322 a.C) apresenta o termo Philia como o amor mutuamente relacionado à alegria. O 'amor philos' é um sentimento forte, profundo do coração. Para Platão (428 a.C- 348 a.C) o amor está relacionado com a palavra Eros, associado ao amor apaixonado, unido ao desejo e a atração.
Ágape é um dos termos mais utilizados na Grécia Antiga pelos filósofos e exprime o amor que doa, o amor incondicional que não esmorece, forte. Esse amor genuíno é encontrado em passagens bíblicas, tornando-o mais puro, capaz de amar o mais indigno dos homens.
No amor ágape o que importa não é o desejo (Eros) ou a alegria de quem ama (Philia), mas, a alegria do amado. Onde quem ama recua para que o amado possa avançar. Onde o amor é o centro da gravidade de todo o afeto.
Considerando o ato de amar é que deve-se respeitar o ser humano nas suas individualidades. O princípio da igualdade assegura que todos devem ser tratados de forma igual. Um homossexual e um heterossexual, contribuintes do Imposto de Renda, por exemplo: ambos têm o mesmo emprego, o mesmo salário e a mesma alíquota e, por via de consequência, o mesmo fato gerador. Se não há diferença no tratamento financeiro, porque deveria no aspecto afetivo, social?
Alguns temas atuais que se relacionam ao amor são a orientação sexual (heterossexualidade, homossexualidade, entre outros), a adoção e a gestação de substituição.
No que tange à adoção, é importante frisar que os filhos adotados são filhos legítimos. A adoção não é um ato de relações sanguíneas, mas um ato de vontade por amor. Um filho adotado é e deve ser chamado de filho, com todos os direitos legais de um filho "sanguíneo". Filho é filho e ponto final.
Em relação à homoafetividade, esta existiu desde o período antes de Cristo, e com o tempo foi incorporada nas leis dos países. No Brasil é reconhecida juridicamente, permitindo-se o casamento civil e direitos oriundos da relação como pensão, herança, adoção.
Os casais heterossexuais, homoafetivos e pessoas solteiras possuem o direito de adotar crianças. A adoção, união estável, casamento civil são direitos reconhecidos a todas as pessoas. Em 2015 a ministra Cármen Lúcia do STF foi relatora dos casos de adoção por casais homossexuais, ressaltando que as uniões homoafetivas já são reconhecidas como entidade familiar, com origem em um vínculo afetivo, e merecem tutela legal. Segundo ela, não há razão para limitar a adoção, criando obstáculos onde a lei não prevê. "Delimitar o sexo e a idade da criança a ser adotada por casal homoafetivo é transformar a sublime relação de filiação, sem vínculos biológicos, em ato de caridade provido de obrigações sociais e totalmente desprovido de amor e comprometimento", disse.
A ministra na época utilizou em seu voto a interpretação da Corte no julgamento da ADI 4277/ADPF 132 (2011), de relatoria do então ministro Carlos Ayres Britto, que reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar.
Mas o processo de adoção na maioria das vezes é demorado e no Brasil tem-se outra possibilidade: a "Gestação de Substituição" ou "Cessão Temporária de Útero", conhecida como a barriga solidária, cessão gratuita. Em alguns outros países é possível "comprar uma barriga para gestar" como nos EUA, Colômbia, Albânia, Ucrânia. No caso do humorista Paulo Gustavo foi nos EUA.
Isso embora pouco conhecido já é citado na Bíblia, no livro de Gênesis, Sarah e Abraão formavam um casal sem filhos e sem herdeiros. Sarah já tinha 75 anos e era incapaz de engravidar. Assim, ofereceu sua assistente egípcia Hagar para que gerasse o primeiro filho de Abraão, Ismael.
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina no. 2.168 de 2017, a paciente que será barriga solidária deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau (mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima). Quando a pessoa não tem grau de parentesco até o quarto grau, uma autorização junto ao Conselho Regional de Medicina deve ser obtida antes de realizar o tratamento. Esse procedimento é uma demonstração de amor, afeto e solidariedade.
Formas de amar existem e são diversas. O amor suplanta barreiras e preconceitos, é uma virtude de coração e ação. É uma doação incondicional, sem nada esperar, pois que tem a capacidade de amar é grato, engrandece a si mesmo, faz bem para a sua saúde psicológica e física, para o próximo e para o Planeta.

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