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Rio Grande do Sul consolida perdas no milho

Em São Gabriel, perda chega a 60%

A terceira safra de verão sob os efeitos do La Niña deve gerar mais prejuízos às lavouras gaúchas que no ano passado, especialmente às de milho. Segundo o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, a diferença está no período em que a falta de água ocorre. "Ano passado, a estiagem começou mais tarde. Este ano, pegou a fase de enchimento de grãos, trazendo muito mais perda ao milho", diz. Os prejuízos já consolidados pela instituição oscilam entre 30% e 100% dos milharais.

De acordo com a Emater/RS-Ascar, a escassez hídrica atinge todas as regiões do Estado. Salva-se, ainda, apenas a parte Nordeste. Os maiores danos estão na Metade Oeste. Em Maçambará, estimam-se perdas entre 70% e 100% nas áreas de sequeiro e de 30% nas irrigadas. Em São Gabriel, o índice chega a 60%, apesar do replantio de algumas áreas.

As solicitações de seguro rural seguem em crescimento na regional de Ijuí. Com perdas entre 30% e 100% das plantações, técnicos já contabilizam mais de 50 áreas periciadas. O mesmo ocorre no Vale do Taquari e na região de Santa Maria, especialmente em municípios que decretaram emergência devido à seca, como Agudo, Tupanciretã, Júlio de Castilhos, Cerro Branco e Santa Maria, onde a cultura apresenta redução estimada de 50% no rendimento do cereal.

A escassez hídrica também não permitiu que a semeadura da soja fosse concluída. A principal dificuldade está na falta de umidade das áreas, até agora, 96% implantadas. Verifica-se o replantio do grão em algumas regiões, como na de Ijuí, especialmente em Joia e em Santa Bárbara do Sul. Em Santana do Livramento e em Rosário do Sul, as lavouras apresentam evidências de estresse hídrico e térmico, com grandes falhas de estande. Em Manoel Viana, a estimativa de perda na oleaginosa chega a 20% e, em Cerro Branco, a 25%, conforme a Emater.

O cenário pautou reunião dos secretários do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, e da Agricultura, Giovani Feltes, ontem. "Tomamos o cuidado de ouvir técnicos da Emater e das secretarias para elaborar um plano de curto, médio e longo prazos", detalha Santini. O comitê se reunirá semanalmente para monitorar a situação e contará com a participação de outras pastas, como a do Meio Ambiente, e também da Defesa Civil.

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