SÃO GABRIEL WEATHER

Briane Machado

Bailarina ou astronauta?

Novamente estou aqui para fazer um breve comentário a mais um trecho do livro "O Propósito", de Sri Prem Baba - não sei por que, mas estou apegada a este livro.
Escolhi parágrafos que demonstram muito bem as dúvidas que temos quando precisamos nos deparar com as primeiras dúvidas que cercam a famosa escolha e direcionamento profissional.
Com isso, somos colocados à prova da maturidade - ainda não tão bem desenvolvida - para reconhecer os potenciais e seguir um caminho com propósito. Claro, não é todo mundo que tem a sorte de seguir sonhos, objetivos de vida. Muitos de nós, apenas, seguimos o fluxo e veem no que dará, onde isso tudo levará.
E, sobre isso, o livro fala que "todo ser humano nasce com determinadas habilidades ou potenciais latentes, que também podemos chamar de dons. Um dom, quando desenvolvido, torna-se um talento, ou seja, algo que a pessoa faz muito bem e com facilidade. Normalmente o talento da pessoa é algo que ela gosta muito de fazer, é uma paixão. Vejo muitos jovens sofrerem com a dificuldade de escolher a profissão que irão exercer na vida. Essa dificuldade existe porque eles não conseguem reconhecer os próprios dons, não sabem o que realmente gostam de fazer. Esse é outro sintoma decorrente dos condicionamentos mentais gerados por um sistema obcecado por dinheiro. Vivemos em uma sociedade ambiciosa que valoriza mais o poder financeiro do que a realização pessoal. Nosso sistema educacional não proporciona à criança o contato com aquilo de que ela verdadeiramente gosta.".
Quantos de nós - na faixa dos trinta e poucos anos - se lembra dos cálculos (absurdos) que foram ensinados durante o ensino médio? Confesso que minha memória é curtíssima quando se trata de qualquer coisa que esteja relacionada às ciências exatas. Nem vou entrar na seara da Química ou da Física, pois, nestas áreas, sofri um "apagão" logo após prestar vestibular.
Acontece que, sempre fomos direcionados ao ensino superior. Não importa qual caminho fosse traçado, o destino final sempre se encontrava na graduação.
Entretanto, aos 16 ou 17 anos, são raras as pessoas que têm em mente o seu objetivo de vida definido. Pelo contrário, muitos de nós caímos de paraquedas em algum curso superior aleatório, pois, naquele momento da inscrição, parecia a escolha mais sensata ou mais rentável futuramente.
E seguimos no embalo até a formatura, sem sabermos se é realmente aquilo que queremos. As pessoas em volta já criaram expectativas sobre o futuro que nem é deles; visualizam o que acontecerá após a entrega do diploma e assim vamos.
Resultado: um diploma na parede e um ponto de interrogação homérico na cabeça. Será que nasci para isso?
Muitos acabam por não trabalhar na área de formação; outros, mais rebeldes, largam tudo para viver aquilo que sempre sonharam. Acho melhor chamar de coragem.
O fato é que somos preparados para ganhar dinheiro, multiplicar patrimônio, vivermos em volta de cifrões.
Mas o que as crianças de hoje realmente gostam?
Já passou da hora de cultivarmos a mente das crianças com o que elas gostam e não com aquilo que parece viável em longo prazo.
Qual era o seu verdadeiro sonho durante a infância?

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