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Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Suspeição

Luiz Inácio da Silva, o "Lula", foi às lágrimas durante a cerimônia da sua diplomação no TSE em Brasília. Choroso, lembrou do tempo em que esteve preso em Curitiba e disse que o seu retorno ao poder foi uma conquista da democracia brasileira depois de quatro anos do governo de Bolsonaro. Entusiasmado por estar num ambiente amigo, durante o discurso lascou: "...lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário, um diploma. Eu quero pedir desculpas a vocês pela emoção porque quem passou pelo que eu passei nos últimos anos, estar aqui agora é a certeza que Deus existe e de que o povo brasileiro é maior do que qualquer pessoa que tentar o arbítrio nesse país. Eu sei o quanto custou, não apenas a mim, o quanto custou para o povo brasileiro essa espera para que a gente pudesse reconquistar a democracia nesse país". Em outro trecho, elogiou o STF e o TSE pela "defesa da democracia" - leia-se defesa de sua vergonhosa candidatura - que segundo ele "nunca esteve tão ameaçada". Antes dele, o "anfitrião", Alexandre de Moraes, em seu discurso, já insinuara mais uma vez que fora "o salvador do estado democrático no Brasil". Aproveitando também para novamente ameaçar aqueles que ousarem dele discordar ou duvidar infalibilidade das sacrossantas urnas eletrônicas. Cabe lembrar que, na Coréia do Norte também qualquer declaração que desrespeite a família Kim ou seu governo é considerado uma forma de blasfêmia e pode render severas punições.

Como era de se esperar, foi aplaudido de pé pela classe lulista presente no local. Nada mais justo. No seguimento, "Lula", Moraes, Lewandowski e Toffoli foram a uma roda de samba na casa do conhecido causídico que atende pelo apelido de "Kakay", um dos advogados que defendeu o presidente eleito nos casos do Mensalão e do Petrolão. Este, assim como o novo advogado do presidente recém eleito, que jantou com o ministro Barroso na semana passada, trabalha para vários réus com ações pendentes no STF. Cabe lembrar que esta mesma Corte considerou o ex-juiz Sérgio Moro suspeito para julgar réus da Lava Jato por este se comunicar esporadicamente com um promotor envolvido nas investigações. A diplomação, portanto, foi mais uma amostra da falência das instituições no país, reiterando que membros do STF, que deveriam garantir o estado democrático de direito, além de ignorarem sistematicamente a independência dos demais poderes vêm criando insegurança jurídica ao promover anomalias constitucionais e dando mostras de parcialidade ao participarem de jantares e os convescotes com advogados de partes interessadas em ações naquela Corte.

Começou

O novo governo ainda não assumiu, mas as safadezas já começaram. Na calada da noite de terça-feira, a lei pala qual os políticos estariam impossibilitados de integrar a diretoria ou o conselho das estatais criada no governo de Michel Temer em função do verdadeiro saque sofrido pelas empresas durante os governos petistas, foi posta por terra. A Câmara dos Deputados aprovou, por 314 votos a favor e 66 contrários um projeto de lei que praticamente extinguiu a Lei das Estatais, liberando as indicações políticas. O texto aprovado diminuiu de 36 meses para 30 dias o prazo de quarentena para que um político assuma tais cargos. Mas não ficou por aí. Sorrateiramente, um novo "jabuti" foi aprovado na mesma seção. O projeto aumentou de 0,5% para 2% da receita bruta das empresas públicas ou de economia mista os gastos com propaganda. Para quem não lembra, uma das maiores fontes de corrupção nas estatais na "era PT" estavam nos "gastos com propaganda". O "especialista" no assunto do partido na época era nada mais nada menos do que o notório Marcos Valério.

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