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safra de verão
Colheita de grãos de verão avança no RS
O Rio Grande do Sul registra o avanço da colheita de todos os grãos da safra de verão. No caso da soja, a colheita atinge 19% da área cultivada. As lavouras com perdas extremas não foram colhidas, mas destinadas a pastejo ou à produção de feno para alimentação animal. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na quinta-feira (31/03), persistiram os problemas associados à má uniformidade na maturação, devido à coexistência de plantas secas e outras verdes, estas contendo legumes secos e também verdes. Frequentemente foi necessária a dessecação com herbicidas específicos para poder realizar o corte.
A produtividade obtida com a colheita da soja ainda é muito baixa, condicionada pela intensidade da estiagem. Contudo, há uma tendência desta se elevar à medida que a operação incluir cultivares mais tardias ou lavouras estabelecidas a partir de dezembro. As lavouras em enchimento de grãos totalizam 31% e, em maturação, 45% do cultivo. Produtores aguardam que a ocorrência de chuvas não prejudique o final da safra, já alterada pela estiagem.
A colheita das lavouras de milho avança de forma lenta e atinge 75% da área cultivada. As lavouras em maturação totalizam 14%. O milho semeado em safrinha representa 11% e têm desenvolvimento satisfatório, uma vez que a umidade nos solos, as temperaturas amenas e a luminosidade característica do outono proporcionam condições ideais para a cultura manter o potencial produtivo.
Já no milho silagem, a colheita evoluiu na metade Sul do Estado, e a produtividade estimada permanece 53% inferior à estimada inicial, com produção média de 20 t/ha de massa a ser ensilada. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, foram ensiladas as lavouras implantadas na primeira quinzena de dezembro, e a produtividade obtida é decorrente do estande de plantas e o local de cultivo, sendo que, em solos de várzeas, as produtividades são mais elevadas. Nas áreas de coxilhas, de maneira geral, as plantas apresentam menor porte e o secamento das folhas foi antecipado, situação que refletiu em rendimentos mais baixos, tanto em massa verde quanto no valor nutricional.
No arroz, a colheita avançou de forma significativa e alcançou 53% da área cultivada no Estado, estando em maturação 39% das lavouras gaúchas. A produtividade permanece próxima à inicialmente estimada, com algumas particularidades regionais, provocadas pela maior ou menor disponibilidade hídrica para a irrigação e pela incidência de temperaturas inadequadas em fases reprodutivas.
OUTROS CULTIVOS
Na Fronteira Oeste, na Regional de Bagé, segue a colheita nos olivais de Santa Margarida do Sul, onde relatos indicam que as produtividades devem ficar abaixo da estimativa inicial, devido à forte estiagem iniciada na primavera e intensificada durante o verão. Em alguns pomares, foi observada a morte de plantas jovens, havendo necessidade de reposição, que será realizada até maio ou a partir de setembro, conforme a disponibilidade de mudas nos viveiros.
Na Campanha, agroindústria de Bagé já realizou a extração de azeite de aproximadas 60 toneladas de azeitonas de olivais de diversos municípios da região, atingindo cerca de 50% do volume estimado. As cultivares Arbequina e Arbosana estão com a colheita praticamente concluída, e a cultivar Picual está em meio ao processo de colheita. As cultivares Koroneiki e Coratina estão em fase inicial de colheita. O rendimento médio de azeite está próximo de 12,5%, sendo que a estimativa de produtividade é satisfatória, mesmo com a ocorrência de estiagem durante a fase de formação das frutas. A exceção é observada nos pomares onde foi realizada poda mais intensiva na última entressafra. O processo de extração do azeite está mais difícil na comparação com anos de clima normal, considerando o menor conteúdo de água das azeitonas.
PASTAGENS
Este período é marcado pelo vazio forrageiro de outuno, mas as chuvas ajudaram a amenizar seus efeitos, mantendo a umidade nos solos e beneficiando as forrageiras nativas, que estão com rebrote e bom desenvolvimento, assim como as espécies forrageiras cultivadas, apesar de estarem em final de ciclo. A oferta de alimentos também se mantém nas regiões com produção de arroz, nas quais o gado é colocado para comer a resteva.
Na Bovinocultura de Corte, com a melhor oferta forrageira, há boa recuperação no escore corporal do rebanho na maioria das propriedades, porém nas regiões mais afetadas pela estiagem, os animais ainda continuam debilitados. O manejo do carrapato também está causando dificuldades, uma vez que houve um aumento significativo de relatos de infestações, havendo maior necessidade de controle do ectoparasita.
Já na Bovinocultura de Leite, a recuperação do estado corporal das matrizes e da produção de leite já retornou aos níveis normais, observados antes do início da estiagem, devido à recuperação das áreas de campo nativo, das pastagens cultivadas anuais e perenes. Em contrapartida, as condições do tempo têm favorecido infestações significativas de carrapatos e mosca do chifre, levando à necessidade de tratamentos mais frequentes.
A disponibilidade de água atende à demanda dos animais, bem como as temperaturas amenas garantem conforto e possibilidade de acesso às pastagens, sem limitação de horários, porém a queda nas temperaturas e redução no fotoperíodo refletem em menor taxa de desenvolvimento das pastagens de verão, as quais também estão perdendo qualidade com a proximidade do encerramento do ciclo.
Em geral, os preços recebidos pelo litro do leite foram considerados estáveis. Entretanto, o produtor tem manifestado preocupação com a elevação dos custos de produção.
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