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'Eu sou Banrisul'

Bancários lançam campanha em defesa do Banco Público

O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região Metropolitana (SindBancários) e a Fetrafi-RS lançaram, na quarta-feira (21/07), a campanha 'Eu sou Banrisul!', com o objetivo de engajar a sociedade gaúcha na defesa do Banrisul público, diante da ameaça de privatização do banco pelo governo Eduardo Leite. Para as entidades organizadoras da campanha, o Banrisul não é o problema, mas a solução para os problemas financeiros do Estado. No ano passado, assinalam os sindicatos, o banco obteve lucro líquido de R$ 824 milhões, está presente em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul e em muitos deles é a única instituição financeira.

Criada pela Agência Verdeperto Comunicação, a campanha quer demonstrar com o apoio de personalidades da política, artistas, esportistas e representantes dos setores produtivos e industriais que, sem o Banrisul, todo mundo perde.

"O Banrisul faz parte da história dos gaúchos e das gaúchas. É ele quem financia a cultura, o esporte, a agricultura e uma série de empresas em todos os ramos. Vender o Banrisul é aprofundar a crise financeira do Estado", afirma a diretora da Fetrafi-RS e membro do Comando Nacional dos Banrisulenses, Denise Falkenberg Corrêa.

Segundo o diretor de Comunicação do Sindbancários, Gilnei Nunes, a ideia da campanha é resgatar a marca e a identidade do Banrisul com os gaúchos e gaúchas. O banco, aponta o diretor que também é funcionário do banco, fortalece empreendimentos e a cultura regional onde nenhum outro banco quer atuar. "A campanha vai abordar aspectos da importância do Banrisul para clientes e usuários, como banco público presente nas vidas e nos negócios do Rio Grande e outros estados, há 92 anos", explica.

A ameaça de privatização

Embora o governador Eduardo Leite, tenha se comprometido a não vender o Banrisul em sua campanha eleitoral, os bancários avaliam que ele já dá mostras de que não cumprirá com a palavra, assim como aconteceu com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), também ameaçada de privatização. Uma das evidências dessa nova quebra de promessa é que, há poucos meses, Leite fez acordos com deputados da sua base para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 280/19) que acabou com a exigência de plebiscito para a venda do banco.

Para completar a estratégia, Leite abriu o capital da Banrisul Cartões em 14 de julho, para o capital especulativo. "Pela nossa experiência com privatizações, sempre começa assim, com o fatiamento do Banco, e vai evoluindo até a entrega total do patrimônio público", afirma o também diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Fábio Soares. "Quem sai perdendo com isso é a sociedade gaúcha, é o Estado do Rio Grande do Sul".

A venda do Banrisul, advertem ainda os sindicatos, pode representar o corte de investimento nos principais setores produtivos do estado, além de reduzir o número de agências e de funcionários, como ocorreu em outras privatizações, como a do Meridional, vendido para o grupo espanhol proprietário do Santander. Milhares de funcionários foram obrigados a aderir a um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e o enxugamento de unidades foi brutal.

As peças serão divulgadas na internet, nas ruas em outdoors e nos meios de comunicação. Figuras conhecidas dos gaúchos, como Bagre Fagundes, Vitor Ramil, Deborah Finocchiaro e Olívio Dutra já confirmaram participação na campanha. Qualquer um pode seguir os perfis da campanha nas redes sociais e ajudar a compartilhar os materiais.

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