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sem hospitais

36% dos municípios da Região não têm hospitais

Ficar doente e não ter um hospital no município em que se vive figura entre as maiores preocupações de moradores de 14 entre os 39 municípios da área de cobertura do Diário, na Região Central: Dilermando de Aguiar, Dona Francisca (já teve), Itaara, Itacurubi, Jari, Nova Esperança do Sul, Santa Margarida do Sul, São Martinho da Serra, Santana da Boa Vista (já teve), Silveira Martins, Toropi, Quevedos, Unistalda e Vila Nova do Sul. Pacientes de três dessas cidades ainda precisam enfrentar trechos de estrada de chão para acessar o hospital mais próximo: Quevedos, São Martinho da Serra e Jari.

Dois terços dos municípios do Estado não têm 10 mil habitantes, o que faz com que migrem para onde há atendimento em saúde. Os hospitais das pequenas cidades pouco resolvem e funcionam quase como "leitos de passagem", sem estrutura adequada.

MICROPÓLOS

Santiago, um dos municípios da região, tem uma peculiaridade. Com cerca de 50 mil habitantes, tanto é um micropolo em saúde para pequenas cidades, quanto também necessita enviar os próprios pacientes para centros de referência. A maioria das vezes, o endereço é Santa Maria.

- Na nossa região, a oferta de média e alta complexidade e de especialidades é ofertada pelo Estado, por isso, nosso problema é termos uma oferta abaixo da nossa demanda. Geralmente, para esses atendimentos, acessamos principalmente Santa Maria. Todos os dias, saem daqui dois micro-ônibus com 32 lugares. Já o Grupo Hospitalar de Santiago (GHS) oferece outros serviços que dependem da contratação estadual. Ainda temos convênio de um pronto-socorro e possuímos plena gestão de exames clínicos e citopatológicos, que cobrem outros municípios - explica o secretário de Saúde de Santiago, Éldrio Machado.

DEMANDAS

Agilizar cirurgias eletivas, fortalecer serviços de saúde mental e voltados a idosos e população de rua são necessidades constantes e unânimes na região. Prefeitos e gestores em saúde ouvidos na reportagem e representações como a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e a Associação dos Municípios da Região Central do Estado (AM Centro) apontam diversas demandas em comum (veja ao lado). Assim como Santiago, o maior desafio dos municípios tem sido desafogar as cirurgias eletivas, assim como consultas e exames especializados que amargam a demora na fila de regulação e deparam com serviços reprimidos. O repasse de recursos aos pequenos hospitais e disponibilização de mais leitos, sobretudo no Hospital Regional também são necessidades apontadas pelos prefeitos.

Já ao Ministério Público e à Defensoria Pública, o que tem aumentado em Santa Maria e cidades vizinhas são questões voltadas para a saúde mental, pedidos de internações compulsórias e atendimento à população de rua. Nos últimos dois anos, a busca por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) também se intensificou. Ainda recorrem ao Judiciário constantemente, pedidos por medicamentos, exames e consultas de áreas especializadas como neuropediatria e traumatologia.

- Com o aumento da população idosa e, consequentemente, de doenças crônicas e degenerativas também urge se investir no incremento de serviços de reabilitação e apoio ao autocuidado, inclusive com a remodelação e readequação de hospitais de pequeno porte para essa prioridade de cuidado. O RS possui uma péssima cobertura de assistência geriátrica e se torna urgente o investimento na especialização de equipes para aumentar a cobertura regional - salienta o médico sanitarista e professor associado da UFRGS, Alcides da Silva Miranda.

As principais necessidades nos municípios da região

Abertura integral de leitos e atendimentos no Hospital Regional; Ampliação de recursos para hospitais filantrópicos e hospitais de pequeno porte; Aumento de vagas para consultas eletivas em diversas especialidades; Redução da fila de espera para exames, procedimentos e cirurgias.

O Ministério da Saúde estabelece que as cidades devem ter de 2,5 a 3 leitos pelo SUS para cada 1 mil habitantes.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) - com recomendação antes da pandemia do coronavírus - era para que todos os países tivessem de um a três leitos disponíveis em unidades de terapia intensiva (UTI) para cada 10 mil habitantes. A realidade é que apenas 10% das cidades brasileiras se enquadram nessa orientação ao oferecer ao menos um leito de UTI dentro do Sistema Único de Saúde para essa quantidade populacional

Outro estudo divulgado em 2020 e em relação aos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é bastante semelhante. Conforme a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, onde constam os dados de todas as unidades de saúde públicas e privadas da federação aponta que dos 5.570 municípios do Brasil, apenas 536 (9,6%) tinham leitos de UTI. São 48 milhões (22,7% da população) de brasileiros que vive em locais em que não há sequer um leito de UTI

Fonte: Diário SM

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