secretária estadual da Saúde
Operação Septicemia: secretária estadual de Saúde é investigada pela Polícia Federal
A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, está entre os investigados pela Polícia Federal (PF) na Operação Septicemia, deflagrada há 12 dias. A informação foi divulgada por GZH. Segundo a publicação, a PF fez buscas tanto na casa quanto no gabinete de Arita, além de apreender o telefone celular da secretária.
Arita assumiu o comando da Saúde estadual em 2019. Ela é cotada para permanecer no cargo no segundo governo de Eduardo Leite (PSDB). Os fatos pelos quais ela tem sido investigada ocorreram antes de 2019.
Investigação
Arita se tornou alvo da investigação federal a partir da análise de materiais apreendidos em outra operação da PF, a Autoclave, realizada em 2019, que focava em supostas irregularidades na prestação de serviços pela Organização da Sociedade Civil (OS) IBSaúde na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Scharlau, de São Leopoldo.
A PF suspeitou de que Arita teria participado de um de esquema de montagem de licitação em parceria com a OS quando ocupava o cargo de secretária da Saúde de São Lourenço do Sul, em 2017, quando encontrou mensagens armazenadas no telefone do principal investigado na Autoclave, José Eri Osório de Medeiros, presidente do IBSaúde. Medeiros foi um dos quatro presos na operação de quarta-feira (7) e também segue investigado na Septicemia.
O ESQUEMA
De acordo com a Controladoria-Geral da União, o IBSaúde recebeu, entre 2019 e 2022, cerca de R$ 250 milhões dos municípios que estão sob investigação. Conforme investigadores, o problema não é a quantidade de contratos com as prefeituras, mas a forma como os negócios seriam feitos.
A PF não divulgou mais detalhes da investigação, mas o GDI constatou, a partir dos diálogos aos quais teve acesso, que a OS funcionaria como uma "consultoria" para secretarias de saúde, assumindo o papel de propor os termos de editais das licitações para os órgãos públicos. Assim, quando os chamamentos eram publicados, o IBSaúde estava sempre apto a concorrer e ganhar.
No caso que envolve Arita, a OS teria ajudado a montar a licitação em São Lourenço, terra natal da secretária, mas acabou não concorrendo.
Contraponto
O que disse a secretária Arita Bergmann, por meio de nota:
"A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, assim que tomou ciência dos fatos, comunicou ao governador. Arita registrou à Polícia Federal o seu compromisso com a responsabilidade, probidade da gestão com a saúde do Rio Grande do Sul e com a transparência de todos os atos realizados no âmbito da Secretaria Estadual da Saúde, assim como ofertou, desde já, sua disponibilidade para levantamento de quaisquer dados sob sigilo, inclusive bancários e telemáticos. Cabe ressaltar, ainda, que, levando em conta o que já é de conhecimento público quanto ao teor da investigação até o momento, a operação visa apurar contratos firmados com prefeituras, não havendo qualquer relação com a gestão de saúde estadual. Mais uma vez, a secretária se coloca à disposição da sociedade para qualquer esclarecimento."
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