Oito hospitais beneficiados no RS
Santa Casa recebe fármaco do kit intubação importados da Turquia
Após três meses de articulações, foi finalmente encerrado o processo inédito de importação conjunta de medicamentos do kit intubação por hospitais associados à Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul (Federação RS). Na semana passada começaram a desembarcar da Turquia os lotes com 47,1 mil ampolas de dois tipos de neurobloqueadores, que serão destinados a minimizar a escassez dos estoques de oito hospitais gaúchos. A estimativa é de que as entregas sejam concluídas até o final de junho.
A compra foi intermediada pela Federação RS, que organizou todo o processo, desde à identificação dos importadores à logística de entrega no Rio Grande do Sul. As cargas de medicamentos chegaram em São Paulo há cerca de uma semana, mas somente agora começam a ser despachadas em Porto Alegre, para envio aos compradores. Os hospitais beneficiados são de Cachoeira do Sul, Farroupilha, Garibaldi, Vacaria, Santo Ângelo, Santa Rosa, Sapiranga e São Gabriel.
Desses, os três últimos já receberam e armazenaram os lotes dos fármacos, fundamentais para a manutenção da sedação de pacientes internados em UTI.
As negociações iniciaram em 22 de março, no auge da escassez desses medicamentos no País, e uma série de entraves burocráticos, financeiros e logísticos fizeram com que a demanda inicial da Federação - 900 mil ampolas de três medicamentos, que seriam comprados por 51 hospitais - caísse para 47,1 mil unidades de duas medicações disponíveis, adquiridas pelas oito instituições. "O processo de importação é muito complexo, com muitos compradores, mais ainda. Assim, tivemos ao longo do processo desistências de algumas instituições por falta de caixa, de documentação ou de interesse nos fármacos disponíveis", comenta Cassiano Macedo, da divisão de Saúde Suplementar da Federação RS.
Os lotes que chegam serão suficientes para abastecer por pelo menos 60 dias os estoques de neurobloqueadores, em falta no mercado ou encontrados a preços exorbitantes, em função da grande demanda gerada pela pandemia. "Atualmente, seguimos sem normalidade de abastecimento desses medicamentos, mas a situação já é melhor do que a de meses atrás", comenta Macedo.
Nesse sentido, a Federação RS segue atenta às necessidades dos hospitais associados, que integram a maior rede de atendimento do Estado, e atuam na linha de frente do combate à pandemia, com 70% dos atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a entidade, a expertise adquirida na operação também é uma forma de se precaver, em caso de necessidade futura. "Trabalhar esse processo complexo de importação foi um grande passo para a nossa instituição. Saber que nosso esforço garante atendimento aos pacientes de alguns de nossos hospitais nos dá certeza do cumprimento do papel da Federação", afirma o presidente da entidade, Luciney Bohrer.
Inicialmente buscados junto à Índia, em um processo que necessitou de autorização excepcional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em abril, por conta do agravamento da pandemia no RS, os medicamentos tiveram de ser comprados da Turquia devido ao agravamento da crise sanitária indiana. Outros parceiros chegaram a ser procurados, como a China e a Argentina, mas acabaram preteridos.
Hospitais beneficiados com a compra conjunta de remédios do kit intubação:
Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul;
Hospital São Carlos, de Farroupilha;
Hospital São Pedro, de Garibaldi;
Hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa;
Hospital Santa Casa de São Gabriel;
Hospital Sapiranga;
Hospital Nossa Senhora da Oliveira, de Vacaria;
Hospital de Caridade de Santo Ângelo.
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