Evento aconteceu no final de julho
Serviço de hemodiálise recebe certificado de clínica livre de hepatite C
Com o objetivo de incentivar, através da conscientização, para importância da eliminação do vírus nas unidades gaúchas de diálise, um evento promovido pela Sociedade Gaúcha de Nefrologia (SGN), em parceria com a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), certificou nove clínicas de diálise que se tornaram livres de Hepatite C. As instituições receberam os documentos de reconhecimento da Sociedade Gaúcha de Nefrologia. Outras clínicas gaúchas, com forte engajamento, também foram reconhecidas em eventos posteriores.
Entre as 68 clínicas de diálise no Rio Grande do Sul, a Hemodiálise da Santa Casa de São Gabriel aparece entre as com destaque na entrega de certificados. O evento aconteceu no dia 29 de julho, no auditório da AMRIGS. O certificado foi entregue à Enfermeira Coordenadora do Serviço da Santa Casa de São Gabriel, Marliza Blini.
O médico Gerson Luis Barreto de Oliveira, nefrologista e responsável técnico pela equipe de diálise, conta que o serviço era executado, até dois anos atrás, de forma terceirizada. Hoje, o serviço se tornou próprio do Hospital de Santa Casa. "Nossa clínica possui vínculo com o Hospital da PUC e conta, atualmente, com 40 pacientes que são dialisados de segunda à sábado. Já realizamos, ao longo dos anos, 53 transplantes, cerca de dois pacientes por ano", explica.
O presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, Dirceu Reis da Silva, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como prioridade o combate ao HCV para eliminar a doença até 2030. "Para isso, é importante focar em grupos populacionais mais atingidos, entre os quais estão os pacientes em diálise. Para que seja possível, é fundamental que as clínicas estejam plenamente engajadas na causa".
Ao todo são 69 clínicas no estado do Rio Grande do Sul que tratam atualmente 6.991 pacientes em diálise. O quadro preocupa porque, historicamente, dados clínicos mostram que o paciente em diálise tem maior risco de contaminação da hepatite C. O impacto do vírus no fígado é considerado em escalas diferentes podendo evoluir do fígado normal para hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado.
A cura do vírus evoluiu de forma significativa ao longo dos últimos anos. No passado, a medicação usada era o Interferon e Ribavirina, obtendo chance de cura que variava de 50% a 60%. Na atualidade, a medicação é feita através de antivirais de ação direta com chance de cura alternando entre 95% e 100%.
Um dos desafios é sensibilizar os médicos nefrologistas a integrar as unidades de diálise aos fluxos do SUS para diagnóstico e tratamento. Os médicos nefrologistas podem solicitar aos pacientes o exame de PCR através da rede SUS. Além disso, também é importante encontrar formas alternativas de encontrar os pacientes que têm o vírus.
HEPATITE C - A Hepatite C atinge globalmente 71 milhões de pessoas, causando a morte de 400 mil pessoas a cada ano. No Brasil, estima-se 0,7% de portadores da doença, sendo mais atingidas as regiões Sul e Sudeste. Ainda que decrescente, a Hepatite C atinge parcela significativa de pacientes em diálise. O Rio Grande do Sul tem, por exemplo, 7.000 pacientes em diálise crônica, e 6,5% deles têm sorologia positiva para Hepatite C. São em torno de 450 indivíduos, atendidos em 68 clínicas de diálise.
Clínicas Certificadas como livres do vírus da Hepatite C: Clínica Renal de Saúde Santa Maria, Renal Care, Clínica de Nefrologia - Soledade, Associação Educadora São Carlos - Hospital Mãe de Deus - Unidade Carlos Gomes e Hemodiálise da Santa Casa de São Gabriel.
Clínicas que venceram a hepatite C, ou seja, dispensaram tempo e energia no combate a Hepatite C: Nefroclínica, Clínica Renal de Frederico Westphalen, Renal Clínica SS de Rosário do Sul e Centro Renal - Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Renais.
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