SÃO GABRIEL WEATHER

João Eichbaum

Colunistas

Os jornais Estado de São Paulo e Zero Hora - para ficar só nesses - não escondem suas bandeiras. Atuam abertamente contra o governo federal. Deixaram de ser fontes de informação, leituras de entretenimento, para se transformar em instrumentos a serviço da oposição política ao Poder Executivo da União.
Encolhidos que foram seus faturamentos, antes alimentados pelos cofres da União, (leia-se dinheiro dos contribuintes) aquelas empresas se sentem ameaçadas pelo lobo faminto da falência. E escolheram a via mais fácil, para expressar seu descontentamento: a atividade política, a crítica destrutiva, sem compromisso com a verdade.
A imprensa a serviço de partidos e interesses políticos não é novidade. A história do jornalismo brasileiro conta inúmeros veículos de comunicação que nasceram por conta da política, ou à sombra de líderes políticos. O que Estadão, Zero Hora e outros fazem, nada mais representa senão um regresso ao passado. Aqui no Rio Grande do Sul esse passado foi marcado por maragatas e chimangos, apimentado pelo ódio que sustentou revoltas e degolas.
A diferença está na qualidade. Nos jornais de outrora só havia lugar para quem sabia escrever, para quem sabia aliar a contundência ao estilo elegante, a verve à boa literatura. Mas, hoje, há muitos diplomados em jornalismo que, de jornalistas, só têm o emprego: não sabem escrever, não têm capacidade para entreter os leitores com textos apurados, nos quais a arte tenha o poder de emprestar maior relevância às ideias.
Alguns insultam os leitores simpáticos ao governo, vomitando desabafos em expressões vulgares, que mais lembram xingamentos de comadres ou latidos furiosos de cães atrás de caravanas. E o fazem, porque não têm talento para ferir com verrumosa ironia, porque não sabem escarnecer com elegância. Valem-se de argumentos de raposa, que não repousam senão na própria necessidade de sobreviver. Prestam-se às loucuras do fanatismo, expondo-se de modo ridículo, porque não encontram alternativas que os exibam como pessoas de bom senso e de melhor inteligência.
Textos rudes, que impedem uma leitura corrente, muitas vezes violando regras gramaticais, ou salpicados de adjetivos vulgares, que ferem a estética da linguagem, são comuns entre os colunistas daqueles jornais.
Mas, os patrões deles são espertos. Querem levar a melhor e apostam neles, sem descuidar da própria sobrevivência. Guardam cartas na manga e não escondem isso. Vá que o povo resolva manter Bolsonaro no governo. O que farão eles nos próximos quatro anos? Como sobreviverão sem a publicidade do governo? Onde encontrarão argumentos para convencer o povo de que Bolsonaro é pior do que Lula, se o povo não foi convencido disso pelo próprio governo do Bolsonaro? Entregarão os pontos para as redes sociais, que não cobram assinaturas e alimentam a comunicação e a troca de ideias espontaneamente, amenizando a dureza de argumentos, com chalaças que matam de rir?
Pensando nisso, eles contrataram J.R. Guzzo, o melhor colunista do país. Graças ao Guzzo, pessoas exigentes e comprometidas com o respeito ao vernáculo mantêm a leitura daqueles jornais. Não fosse isso, as demais colunas só se prestariam para substituir o papel higiênico.

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