Após receber uma denúncia anônima, a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) flagrou a destruição de aproximadamente 94 hectares de vegetação nativa em Santo Antônio das Missões, no noroeste do RS. A área pertence ao bioma Pampa, fica dentro de uma única propriedade e apresentava vestígios de queimada.

O caso foi registrado no interior do município na terça-feira (02/04). Ao ser identificado, o responsável pela terra informou aos policiais que teria suprimido seis árvores da espécie espinilho e aberto valas para escoar a água e evitar o acúmulo de umidade, com o objetivo de plantar soja e pastagem no local.

O homem não possuía a licença ambiental adequada para o manejo realizado. Por isso, foi registrado um boletim de ocorrência e ele responderá por crime contra a flora. De acordo com a lei n° 9.605/1998, a pena para esse crime ambiental vai de multa até três anos de detenção.

No Brasil, o bioma Pampa só é encontrado no Rio Grande do Sul. Mais comum na metade sul, ele está presente em 63% do território gaúcho, conforme levantamento da Patram.

Com planícies e vegetação de campo, o Pampa é marcado por uma grande diversidade de fauna e flora ainda pouco conhecida. Atualmente, é considerado o segundo bioma mais ameaçado do país, atrás apenas da Mata Atlântica.

MAIS DE 9 MIL HECTARES NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Nos últimos cinco anos, mais de 9 mil hectares do Pampa foram destruídos no Rio Grande do Sul, como aponta o levantamento feito por GZH na plataforma Mapbiomas. Desde 2019, o sistema registrou 1.089 alertas de desmatamento especificamente deste bioma no RS.

Desta área, que equivale a mais de 8.367 campos de futebol oficiais, as cidades com mais registros do crime ambiental na Mapbiomas são: Piratini (1,2 mil hectares); Encruzilhada do Sul (1,2 mil hectares);  Herval (890 hectares); Canguçu (604 hectares); São Gabriel (542 hectares); Além do RS, o Pampa também se estende pelo Uruguai e pela Argentina.