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Ricardo Pero Job

Luzes & Sombras

Sinal de alerta
A revista Veja da semana passada apresentou uma denúncia sobre dados de um relatório de inteligência do governo federal que deveria ter sido a manchete principal em todos os meios de comunicação do país, mas que ficou restrita à revista e a um jornal amazonense. O relatório, segundo a Veja, afirma que o Comando Vermelho abriga atualmente no Rio de Janeiro e em campos de treinamento nos estados do Acre e do Amazonas vários mercenários da África e Europa Oriental com experiência militar dando treinamento para aquela facção criminosa. Responsável pela maior fatia do tráfico de drogas na cidade do Rio e arredores e com tentáculos no Acre e no Amazonas, o CV possui um exército estimado em 30.000 bandidos armados com mais de cinco mil fuzis. Segundo o relatório governamental, o CV atualmente é um exército terrorista em formação. Devemos lembrar que, graças ao STF, a ação da polícia nas favelas cariocas foi altamente prejudicada pela ação proibitória do ministro Fachin, o que deu tempo, espaço e segurança para que os criminosos se organizassem ainda mais. Com armamento muito superior ao das polícias cariocas, os bandidos só não levavam a melhor nos confrontos devido a sua falta de treinamento. Agora, a cada semana que passa, estão mais preparados.
Já o Primeiro Comando da Capital (PCC), com base em São Paulo, deu para investir em empresas, uma maneira fácil de lavar o dinheiro do crime. Um de seus principais líderes ainda em liberdade, Silvio Luiz Ferreira, o "Cebola", foi apontado pela polícia paulista como o proprietário de pelo menos 56 ônibus da UPBUS Qualidade em Transportes S/A, originária de uma cooperativa de transporte complementar que funciona no mesmo endereço que "Cebola" foi flagrado por policiais militares com quase meia tonelada de maconha no início de junho de 2012. A UPBUS opera treze linhas na zona leste paulista e fechou um contrato com a Prefeitura Municipal através de licitação no valor de R$ 574 milhões por ano. Todos os sócios e acionistas da empresa, que possui mais de 200 ônibus tem ligações com o PCC e são investigados por lavagem de dinheiro. Antes de Cebola e seus sócios assumirem, a empresa pertencia a Anselmo Becheli Santa Fausta, o "Cara Preta", um dos maiores fornecedores de drogas e armas da facção, assassinado a tiros em dezembro de 2021 na zona leste paulistana em uma disputa de dinheiro com seus colegas de crime.
Na semana passada, o pré-candidato pelo Republicanos ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, irritou integrantes da cúpula das polícias Civil e Militar paulista devido a uma entrevista concedida ao canal do Youtube Money Reports. Tarcísio afirmou que a segurança pública paulista havia ruído devido a um pacto governamental com o crime organizado. "São Paulo tem uma coisa interessante que o paulista não percebe: a associação com o crime organizado. São Paulo fez um pacto com o crime organizado, de não combatê-lo. E por que optou por não combater o crime organizado? Porque combater o crime organizado dá efeito colateral", afirmou o ex-ministro. Segundo ele, os tais efeitos colaterais seriam a reação dos criminosos, com a morte de policiais, queima de ônibus, assaltos a bancos e outras ações criminosas que causam pânico na população e costumam desgastar os governos. Tarcísio falou a verdade. Em 2006, em função da perda de algumas regalias de seus chefes nos presídios e a transferência de outros para casas prisionais em outros Estados, o PCC atacou bases policiais, queimou ônibus, matou membros das forças de segurança e provocou caos na cidade, impedindo que as pessoas fossem trabalhar ou saíssem de suas casas. A reação desorganizada da polícia à execução de seus companheiros acabou por causar a morte de algumas pessoas inocentes, causando ainda mais revolta na população. Acuado, o governo paulista, "por baixo dos panos" fez um acordo com os chefões do crime, "atirando a toalha" e pondo fim ao confronto.
Os sinais de alerta estão aí, diante de nossos olhos. Não podemos esquecer o que ocorreu na Colômbia, que diante da frouxidão das forças de segurança, o exército narco-guerrilheiro das FARC dominou por décadas boa parte do território daquele país.

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