SÃO GABRIEL WEATHER

Ricardo Peró

Luzes & Sombras

Depois da anulação por parte do STF das condenações do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, o "Lula", e posterior suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, como era esperado, os advogados de defesa de quase uma centena de ladrões do dinheiro público entraram com pedidos de habeas corpus naquela Corte. O intuito é anular todas as decisões do juiz em questão nos processos em que seus clientes são réus na Lava Jato. Esta semana, foi a vez do advogado do último ladrão preso, Sérgio Cabral, entrar com o pedido. Paralelamente, a Câmara aprovou na terça-feira o regime de urgência para a revisão da lei que afrouxa medidas contra o desvio ou mau uso do dinheiro público dentro da administração pública. Na quarta, aprovou mais esta garantia à impunidade para os saqueadores da Nação. Enquanto isto, a mídia nacional dedica 90% de seu espaço à CPI da Cloroquina.

CPI de opereta
A decisão do Supremo Tribunal Federal de blindar o governador do Amazonas, Wilson Lima, ao permitir que este escolhesse se atenderia ou não à convocação para depor na "CPI da Cloroquina" foi um verdadeiro atestado da inutilidade da Comissão. O habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber ao governador, atolado até a medula em denúncias de desvio de recursos destinados ao combate à pandemia deixou claro que o único objetivo da CPI é desgastar o governo federal. Mais uma vez o STF pode demonstrar sua consideração e carinho para com aqueles que saqueiam o país.

Calça justa
Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, a desaprovação ao governador João Dória, o Chiquinho Scarpa da política nacional é de 60%. Na disputa para a Presidência, Doria também não decola, se mantendo em quinto lugar. Marqueteiro nato, o governador paulista apostou em antagonizar Jair Bolsonaro, prevendo uma polarização entre os dois em 2022. Não contava, porém, com a manobra do STF que anulou as condenações de Luiz Inácio da Silva, o Lula, tornando-o elegível novamente. Agora deverá tentar uma improvável reeleição em São Paulo.

Maia

Rodrigo Maia foi expulso do DEM. Ele já anunciara sua saída por problemas com as lideranças, como o presidente da legenda, ACM Neto e Onix Lorenzoni. Maia vinha sendo muito criticado por sua atuação como presidente da Câmara, por não ouvir as lideranças, engavetar projetos importantes para o país, deixar vencer Decretos e tomar decisões monocráticas. Eleito na "rabeira" do DEM na última eleição (fez 74.232 no Rio de Janeiro), Maia, fez estranhas alianças para se eleger presidente da Câmara, como a realizada com o PC do B, que o levou a engavetar a CPI da UNE. Graças a tais atitudes, foi perdendo espaço e prestígio no partido. Agora deverá ingressar no PSDB.

Parlamentarismo em pauta
O ex-presidente Michel Temer ressuscitou um tema que volta e meia vem à tona no país: a mudança de regime político a fim de dar uma estabilidade permanente ao Brasil. Temer sugeriu um "semi-presidencialismo", no qual a responsabilidade de governar seria dividida entre o presidente eleito e um primeiro-ministro escolhido pelo Congresso. Outros, como FHC, sugerem a adoção do Parlamentarismo, ao estilo europeu. Apesar da segunda idéia, em minha opinião, ser boa, pois permitiria que os melhores quadros dos partidos (nem sempre os mais populares) chegassem ao poder, dificilmente seria aceita pela maioria da população, acostumada a buscar líderes populistas para governá-los, os famosos salvadores da Pátria.

Luzes & Sombras Anterior

Luzes & Sombras

Luzes & Sombras Próximo

Luzes & Sombras

Deixe seu comentário