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Luzes & Sombras

Me engana que eu gosto

O Brasil sofreu uma queda no ranking de liberdade de imprensa da entidade Repórteres sem Fronteiras. Caímos da 102ª para a 111ª posição. Com a nova colocação, o país passa a ser qualificado como um lugar onde a situação da imprensa é difícil, onde existem ameaças à sua liberdade. O jornalista Jamil Chade, do Estadão, atribuiu queda no ranking ao governo Bolsonaro. Não é verdade. Apesar de sua péssima relação com a imprensa, para a qual costuma desferir grosserias semanais, o presidente não teria como censurá-la. Se tivesse tal prerrogativa, Rede Globo, Folha, Carta Capital e outros veículos de comunicação já estariam "fora do ar" há muito tempo. No Brasil, quem censura e persegue a imprensa é o STF, que até mesmo ressuscitou a Lei de Segurança Nacional para tal. Aliás, a organização Transparência Internacional alertou para o absurdo inquérito das fake news aberto Instaurado de ofício pelo então presidente do STF Dias Toffoli para censurar a revista eletrônica Cruzoé que publicara reportagem citando delações premiadas em que apareciam nomes de ministros do STF como beneficiários de propinas. Segundo a TI, o inquérito foi usado para apurar secretamente se a Lava Jato investigava ministros da Corte.
Mas, como dizia Millôr Fernades, "No Brasil não se pode enganar o povo o tempo todo. Mas 93% do povo, 87% do tempo, dá pé."

Mais um
Se o presidente Jair Bolsonaro acatar a "indicação" de seu pimpolho Flávio e do Centrão do nome do presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, para preencher a vaga do ministro do STF, Marco Aurélio Mello, os "lavajatistas", ou seja, aqueles que desejam o fim da impunidade no Brasil, sofrerão mais uma derrota. A atuação de Martins contra a Lava Jato é lendária no meio jurídico.

Coleguinhas de vanguarda
Uma dica para os "ativistas pela paz" da orla chique carioca, aqueles que adoram se vestir de branco e dar abraços simbólicos para resolver o problema da violência no país. Seus coleguinhas ativistas dos Estados Unidos estão chamando pelas redes sociais de "liberação material" o saque e roubo de lojas durante os infindáveis "protestos de rua". Outro detalhe importante a ser adotado - é só pedir para o ministro Fachin que ele concede de bom grado - é a defesa da proibição de que tais "atos de protesto" sejam filmados. Chiquérrimo, não?

Barbalhadas
Enquanto a imprensa nacional e internacional mira no Ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles, o site Diário do Poder, do jornalista Claudio Humberto, denuncia que no Pará, governado pelo notório Hélder Barbalho, a devastação está liberada. O Estado registrou 47% de todo o desmatamento da Amazônia Legal. Em 2020, foram quase 5,2 mil quilômetros quadrados em área desmatada, ou seja, 47% de um total de 11,1 mil km2 . Segundo o site, a taxa de desmatamento no Estado dobrou desde que Barbalho assumiu o governo.

Arautos do atraso
O projeto que prevê a liberação da vacinação privada contra a Covid-19 está parado no Senado. Até agora, nem mesmo foi apresentado pelo presidente Rodrigo Pacheco na reunião de líderes, onde é decidido o que será votado em plenário.
O projeto, que já foi aprovado na Câmara, permite que empresas comprem vacinas para seus funcionários e familiares sem a obrigatoriedade de esperar a conclusão da imunização dos chamados grupos prioritários. Por trás da sabotagem ao projeto, como sempre, está a vanguarda do atraso. O senador Humberto Costa, do PT, alega que o projeto "quebra um processo de equidade que é marcante no Sistema Único de Saúde". O senador Fabiano Contarato, da Rede, que também é contra a proposta, que, declarou que o projeto "revela o quanto no Brasil naturalizamos o privilégio e o patrimonialismo". Outros senadores pertencentes a partidos de esquerda também fizeram manifestações na mesma linha. Tal mentalidade tem alijado completamente a iniciativa privada do combate à pandemia, atrasando a vacinação. Mas certamente, estes dinossauros políticos não serão acusados de genocídio por seus coleguinhas.

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