Amigo Bicho precisa de doações
Construção do abrigo para cães esbarra na falta de apoio da comunidade
Quando foi iniciada a construção do abrigo municipal para cães - idealizado pela ONG Amigo Bicho, em abril deste ano, a direção da instituição planejava começar as atividades em, no máximo, seis meses. A previsão acabou não se confirmando.
Vencido o prazo para a conclusão do canil, apenas 25% da obra foi concluída e a equipe de voluntários, sem matéria prima e equipamentos, enfrenta dificuldades para seguir com o cronograma.
"A gente precisa da comunidade para poder fazer o recolhimento de reciclados (são garrafas pet e garrafas de vidro, principalmente) que estamos utilizando. Num cálculo, vai mais ou menos, 100 mil garrafas, que nós estaríamos retirando da natureza e reaproveitando, aqui, no canil", ressalta Marcelo Ferreira, 30 anos, um dos voluntários que trabalha na construção do abrigo.
Além da dificuldade para obter material reciclável, a ONG é vítima de vândalos e bandidos. "Tem situações em que nos roubaram. Quebraram os televisores que colocamos embutidos no muro e roubaram os cobres. Sem falar que também já levaram ferramentas, carrinhos... enxadas. É complicado. Além de não nos ajudarem, ainda complicam mais a situação", comenta Marcelo.
Natural de Cruz Alta, Marcelo, que também é conhecido pelo apelido de Pirata, assumiu uma missão que deveria ser de todos os gabrielenses. De manhã, ela trabalha na construção do abrigo e no período da tarde, pode ser encontrado nos semáforos ou próximo aos supermercados vendendo artesanato ou mostrando a sua arte como malabarista.
A equipe de voluntários também conta com um argentino e dois uruguaios: Braian Vezzoeco, de 31 anos; Fabian Rodrigues, de 49; e Lucas Niz, de 27. Em comum, nos quatro, o espírito aventureiro e a vontade de ajudar o próximo, sempre lutando pelo meio ambiente ou pela causa animal.
Um senso responsabilidade que parece não haver entre os gabrielenses. Apesar de o projeto ter sido desenvolvido com o objetivo de combater maus tratos contra animais, a proposta atende um anseio que é de todos: o de tirar das ruas algumas centenas de cães abandonados ou vítimas da violência do homem. No entanto, nenhum gabrielense manifestou interesse em ajudar a causa.
"A ONG faz um trabalho para a comunidade, então eu acho que a comunidade poderia dar um passo e também começar a colaborar. O pessoal que está trabalhando aqui não é de São Gabriel. Todas as pessoas envolvidas na construção são de fora. Eu acho que, para pessoas de fora virem aqui fazer um projeto desse, sem ajuda da comunidade, no meu ver, é feio. São 65 mil pessoas que poderiam vir, aqui, colaborar com um R$ 1, com garrafas, com material, com comida... ou apenas com reconhecimento, seria ótimo. Mas o pessoal está um pouco dificultoso", finaliza.
CANIL COM TELHADO VERDE.
Inicialmente, cerca de 60 animais serão beneficiados com a implantação do canil. O projeto, pioneiro em todos os sentidos, utiliza técnicas de bioconstrução, conhecido como Canil com telhado verde. A voluntária da Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis (APASFA - ONG Amigo Bicho), Mari da Cunha, explica que o projeto é desenvolvido num terreno doado pela Prefeitura para a ONG no Bairro Santa Izabel, na zona sul de São Gabriel.
No começo, equipes da Prefeitura fizeram a limpeza e terraplanagem do terreno. A etapa seguinte é feita com mão de obra voluntária. A matéria prima usada faz parte de um projeto de reaproveitamento de objetos recicláveis, como plásticos, pneus e garrafas pet.
As doações podem ser feitas pelos telefones 999708418 e 996718684.
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