Transporte Escolar
Escolas do campo pedem 'socorro' em Porto Alegre
Na manhã de segunda-feira (21/03), o CPERS participou de audiência pública no Ministério Público (MP), em Porto Alegre, para tratar da situação do transporte escolar para os estudantes e os educadores de escolas do campo de Santana do Livramento, São Gabriel e Candiota. Todas elas de responsabilidade do Governo do Estado.
Centenas de representantes de diversas escolas das regiões se dirigiram à capital para exigir do MP e da Seduc uma rápida resolução ao problema que se arrasta desde o ano passado. Um mês após o início do ano letivo, crianças e adolescentes seguem sem aula.
Algumas instituições relatam que estão desde 2017 exigindo respostas sobre a situação, que se agrava pela demora nas contratações do serviço e que precisam ser renovadas a cada 180 dias.
Para a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, o não fornecimento do transporte escolar para as escolas do campo fere um direito básico de todas as crianças e adolescentes.
"Estamos aqui hoje, por todos os pais, mães e educadores, que se deslocaram 9-10h para exigir algo tão simples e que não deveria demandar tanto esforço, que é o direito à educação, direito esse, que o governo Leite não está respeitando".
Durante o encontro, a promotora de educação do Ministério Público do RS, Luciana Cano Casarotto, informou que conversou com a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, e a mesma garantiu que o problema seria resolvido no máximo em 15 dias.
"A secretária me garantiu que em até 15 dias todas as empresas estarão contratadas. Eu estou aqui assumindo o compromisso de pressionar para que isso ocorra e que o problema não se repita daqui seis meses".
Além de educadores, pais, mães e alunos acompanharam a audiência e relataram situações emocionantes quanto às dificuldades causadas pela falta do transporte. O principal pedido: não deixem as escolas do campo acabar!
ATALIBA COM AULAS PARALISADAS
A comunidade escolar da EEEF Ataliba Rodrigues das Chagas, situada no distrito do Batovi, NO interior de São Gabriel, também participou da audiência.
A escola, que atende majoritariamente filhos de assentados, decidiu paralisar as aulas enquanto a Seduc não resolver o problema da falta de transporte escolar. Já são cinco semanas de paralisação e até o momento nenhum movimento concreto foi realizado por parte do governo.
O presidente do Conselho Escolar da Ataliba, Claudinei Ludwig, relata que o problema persiste desde muito antes do início do ano letivo e, até agora, só foram feitas promessas.
"No dia 8 de novembro, a Seduc recebeu toda a documentação da licitação vinda da CRE, isso ocorreu durante reunião que nós participávamos, naquela ocasião foi prometido que em uma semana o problema seria resolvido e não foi. Se a Seduc precisa fazer dois processos licitatórios por ano e está levando quase cinco meses para fazer um, como a situação vai ser resolvida?", questionou.
Claudinei disse que: "Nós não conseguimos entender como, após dois anos de pandemia e com a insistência do retorno presencial das aulas, a Seduc não consegue garantir minimamente as condições de transporte para que os alunos possam chegar as escolas do campo. Nós estamos aqui para cobrar uma solução o mais rápido possível, porque é injusto que os nossos filhos sigam perdendo aulas dada a incompetência da Seduc".
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