SÃO GABRIEL WEATHER

Ricardo Peró

Luzes & Sombras

A CPI instaurada no Senado Federal para discutir a Covid-19 se resumiu até agora em discutir se o governo federal incentivou ou não o uso da cloroquina. Paralelamente, se notabilizou pela forma grosseira e acintosa com que alguns senadores se dirigem aos depoentes, tudo no intuito de obterem alguns segundos de notoriedade nos canais televisivos que levam a sério (ou fingem levar) o trabalho da CPI.

CPI do futebol
Alguns senadores ficaram entusiasmados com a possibilidade de variar de tema na CPI, abandonando por hora o uso ou não da cloroquina, para discutir futebol. Figuras carimbadas da política nacional, muitos suspeitos de desvios de verbas destinadas à saúde, outros saqueadores de merenda escolar e autores de outras pilantragens, agora se mostram preocupadíssimos com a saúde do povo com a possibilidade d o Brasil sediar a Copa América. Tal preocupação, porém, não se estende a realização dos campeonatos estaduais, da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil e das copas Sul-Americana e Libertadores, todas acontecendo no país. Na realidade querem apenas puxar o saco da Rede Globo de Televisão, antes detentora da retransmissão destes campeonatos, hoje na mão do SBT e da Bandeirantes.

CPI de verdade

Importante levantamento feito pelo site Poder 360 apurou que, de 19 de maio até o dia 26 do mesmo mês, as pessoas com mais de 80 anos foram 11,9% das que morreram de covid-19. Aquelas pertencentes à faixa de 60 a 79 anos perfizeram 45,7% dos óbitos. Meses atrás, somadas, perfaziam mais de 80% das vítimas da pandemia. Portanto, a queda de óbitos entre estas faixas etárias foi significativa, graças à vacinação.
O site constatou também que, atualmente, o maior crescimento no número de óbitos está entre aqueles que possuem de 30 a 59 anos, com 40,4% das mortes entre os dias pesquisados. Se atentarmos para esta faixa etária, chegaremos à conclusão que esta engloba a maior parte da força de trabalho do país, ou seja, aqueles que têm que se deslocar para seus empregos, na maioria das vezes usando transporte público, e que ainda não foi vacinada. Na sua frente, na fila para vacinação, foram incluídas diversas categorias, sem levar em conta se seus membros estão na ativa ou aposentados ou se até mesmo exercem suas profissões. Neste grupo de privilegiados estão também as pessoas portadoras de "comorbidades". Muito justo, desde que realmente as possuam. No país do "jeitinho", o número de portadores das moléstias incluídas neste quesito vem aumentando assustadoramente, ao ponto de há mais de duas semanas ocupar as filas nos postos de vacinação. Também a diferença entre o número de vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde para Estados e Municípios e as já aplicadas é gritante, chegando a mais de 30%. A conclusão é óbvia: o fura-filas foi enorme, mas a inclusão dos portadores de comorbidades na vacinação vem permitindo, através de atestados frios, que as autoridades "espertas" - àquelas que vacinaram seus amiguinhos antes da hora - pouco a pouco ponham em dia tais registros ilegais. Está aí uma pauta que, juntamente com os desvios de verbas destinados ao combate à pandemia deveria ser analisada na "CPI da Cloroquina".

PIB em alta

Economistas e analistas do chamado "Mercado" erraram feio nas previsões sobre o PIB brasileiro. Primeiro previram uma queda de quase 10% em 2020. A queda foi de 4,8%, menor do que a da maioria dos países do Bloco Europeu. Agora, quando enxergavam um crescimento de apenas 3% nem 2021, tiveram que engolir o de 1,2% somente no 1º trimestre, o dobro do esperado. Agora, já estimam uma suba de 5% ou mais este ano, com uma projeção de 7% para 2022. O problema é que, apesar da propaganda contra o governo e das asneiras proferidas semanalmente pelo presidente, o Brasil retomou fortemente as obras nas áreas de infraestrutura e a construção civil está em alta, afora a costumeira vitalidade de nosso agronegócio. Na realidade, a propaganda anti-Bolsonaro exportada para o mundo por veículos de comunicação e oposicionistas locais terminam por confundir o mercado em suas previsões econômicas, prejudicando investimentos estrangeiros no país.

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