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Ricardo Peró Job

Luzes e Sombras

Fura-filas
A falta de vergonha não tem limites no Brasil. O fura-filas da vacina contra a covid-19, não por casualidade em cidades dos Estados mais pobres do país, está agora sendo alvo de investigação por parte do Ministério Público.
Filhos de deputados, prefeitos e "aspones" de todos os tipos resolveram se colocar na frente de profissionais da saúde, idosos e índios aldeados, alguns inclusive posando para fotos e mídia televisiva no momento da vacinação. Em São Paulo, nosso Chiquinho Scarpa da política nacional, João Dória, prepara um espetáculo midiático com a presença dos ex-presidentes - idosos - FHC e Temer. A ex-presidente deposta Dilma Rousseff recusou o convite, alegando que não furaria a fila, demonstrando que até mesmo ela possui mais vergonha na cara e tutano que o governador paulista.
Um dos casos mais escandalosos foi o da cidade de Pires do Rio, em Goiânia, onde o Ministério Público mandou afastar do cargo o secretário municipal de Saúde do município, Assis Silva Filho, por ter imunizado a própria esposa. Segundo palavras do agora ex-secretário, o ato foi para "preservar a saúde da mulher da minha vida". O amor é lindo! E não foi só no Norte e Nordeste. No Rio Grande do Sul, já passam de 200 as denúncias de espertos que furaram a fila para receber a vacina.

Traição
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, o notório Eduardo Cunha, que hoje amarga seus dias na prisão, está para lançar um livro intitulado "Tchau, querida". Na "obra", Cunha aponta o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) e o aspirante ao cargo, Baleia Rossi, como os maiores responsáveis pelo impeachment de Dilma Rousseff. Até aí, tudo bem, pois a ex-presidente, além de ser conivente com o saque aos cofres públicos comandado por seu mentor e chefe, Luiz Inácio da Silva, o "Lula", escondeu a real situação da economia do país durante sua campanha, criou uma fábula eleitoreira denominada de PAC, deixando centenas de obras públicas inacabadas, cometeu as chamadas "pedaladas fiscais" e, com sua profunda incompetência, quebrou o país. O problema é que hoje, Maia articula, junto com o PT, partido de Dilma, a eleição de Baleia Rossi para a presidência da Câmara. Ao que parece, Dilma, depois de usada pelo partido, passou a ser descartável.

Irresponsáveis
Mesmo com a crise econômica resultante dos catastróficos governos de Dilma Rousseff, agravada pela pandemia da covid-19, alguns Estados e Municípios deram "um jeitinho" de burlar a lei, concedendo aumentos salariais para seus funcionários. Uma Lei proposta pelo ministro Paulo Guedes para que repasses do governo federal para combater a pandemia não fossem desviados para o pagamento de funcionários fora aprovada pelo Congresso no ano passado, mas "espertamente", mandatários irresponsáveis de pelo menos sete Estados, abriram brechas para os "reajustes" salariais. O Rio de Janeiro, uma das unidades da federação mais endividadas e em eterna crise financeira graças a uma série de larápios sufragados nas urnas para comandá-lo incluiu no orçamento a possibilidade de elevar em 11% a remuneração do governador e de integrantes do primeiro e segundo escalão. No município de São Paulo foi aprovado um gordo reajuste para o prefeito Covas e seus secretários. Outro município que aprovou aumentos para seus "aspones" foi o de Manaus, onde a população morre nos hospitais pela falta de respiradores e oxigênio, apesar dos R$ R$ 2,8 bilhões recebidos do governo federal durante a pandemia. Mas, como todos nós sabemos, graças à Rede Globo, Folha de São Paulo e outros menos cotados, a culpa de tudo isso é apenas do presidente Jair Bolsonaro, e este merece sofrer um urgente processo de impeachment "para o bem da nação".

Burrice revista
Segundo a Folha de São Paulo, um grupo de grandes empresários solicitou ao Ministério da Saúde a importação de 33 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Destas, metade seria usada para vacinar seus funcionários e familiares, a outra doada ao SUS.
Entre as empresas solicitantes estariam a Vale, a Gerdau, a JBS, a Vivo, a OI, a Claro, a Ambev, a Petrobras, o Banco Santander, a Whirlpool e a ADN Liga. Seriam mais de sete milhões de funcionários imunizados, sem custo para o erário público. A Fiesp já fizera o mesmo tipo de solicitação, negada pelo governo federal sob a alegação de que a vacinação é uma exclusividade do poder público. Agora, o governo caiu em si e mudou de ideia, liberando a importação. Antes tarde do que nunca.

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