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Crime aconteceu em 1993

Assassino de Núbia Farias é extraditado da França para o Brasil

A Extradição de um homem condenado por homicídio e que estava foragido da Justiça gaúcha foi concluída pela Polícia Federal. Capturado na França, o extraditado desembarcou na manhã desta sexta-feira (03/06) no aeroporto internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, e foi encaminhado ao sistema penitenciário do Rio Grande do Sul.

Natural de Canoas, o assassino era procurado desde 1993. A captura na França foi possível porque o condenado teve seu nome incluído, em maio de 2017, numa lista de procurados internacionais "Divisão Vermelha", da Interpol. A extradição foi concedida pelas autoridades francesas em setembro de 2021.

O retorno ao Brasil mobilizou a Polícia Federal, Interpol no Brasil/PF, Interpol na França, representação regional da Interpol no Rio Grande do Sul, Delegacia da Polícia Federal em Santana do Livramento e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O CRIME

A professora de Educação Física, Núbia Beatriz da Fontoura Farias, foi assassinada com um tiro de revólver 38, disparado pelo noivo Paulo Afonso Correa de Bem, em 1993, nos fundos de uma casa, na Rua Antônio Maria de Àvila, hoje Bairro Tarumã, pertencente aos familiares do acusado. O julgamento do assassino aconteceu em julho de 2011. Desde o crime, Paulo Afonso estava desaparecido.

O julgamento foi realizado sem a presença do réu. Alteração aplicada ao texto da lei 11.689, de 2008, derrubou as tentativas de fazer prescrever o crime. Com o novo texto, passou a ser possível o julgamento pelo Tribunal do Júri sem a presença do réu.

Núbia Beatriz, na época do crime tinha 23 anos. A jovem era proprietária da Academia Corpo. Paulo Afonso, com 21 anos, além de noivo, era gerente da empresa. Ainda continua sendo um mistério o que provocou a briga e a morte da professora.

Familiares do acusado ouviram um estampido. O casal estava sozinho na parte de trás da residência. A avó de Paulo Afonso, em seu depoimento, disse que o neto deixou a casa correndo, alegando que iria buscar um médico. Ele nunca mais foi visto. Equipes da Polícia Civil e da Brigada Militar ainda tentaram localiza-lo.

Núbia Beatriz foi socorrida, mas acabou falecendo dois dias depois de hospitalizada. "Foi um crime horrível. Ainda bem que a lei mudou e foi possível fazer justiça. Temos que elogiar o trabalho da promotora e da juíza, que encaminharam muito bem o julgamento, aplicando a lei como deve ser feito", disse o irmão da vítima, Rômulo Farias, em 2011.

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