SÃO GABRIEL WEATHER

recebem apoio

Comunidade ajuda idosa com câncer que alegou não ter alimentação

Imaginem acordar de manhã cedo e saber que para se alimentar, durante o dia, vai precisar contar com boa vontade de desconhecidos. E se eu disser que pode acontecer de passar o dia e a solidariedade (tão esperada) acabar não chegando? Pois essa é a história de vida da idosa Regina Helena Nunes Belifeldes, de 61 anos, nos últimos meses.

Ela descobriu que tinha câncer há alguns anos. Ou melhor, ela suspeitava que algo não estava bem, pois sentia fortes dores na barriga e estava sempre inchada. A certeza mesmo veio após uma série de exames no começo do ano passado. Em julho, ela passou por um procedimento cirúrgico na Santa Casa de Uruguaiana e, desde então, faz duas sessões mensais de quimioterapia.

Sem acompanhante, pois não tem familiares, ela não pode pernoitar em Uruguaiana. Por causa disso, viaja para exames num dia, retorna à noite para São Gabriel, e, no dia seguinte, tem que voltar para a Uruguaiana para nova sessão de quimio. Em 48 horas, mesmo debilitada, viaja duas vezes. Isso acontece de 15 em 15 dias.

Até o final de novembro, Regina Helena recebia auxílio doença no valor de um salário mínimo. Sem saber que precisava solicitar a prorrogação do benefício, ela acabou perdendo os prazos e, consequentemente, a única renda que tinha. Desde então, a sua vida virou de ponta cabeça, com as contas todas atrasadas e o risco de ser despejada da casa onde mora.

"Eu tenho algumas coisinhas aqui", se referindo aos alimentos que tem em casa, mas não tem como prepará-los porque não tem gás de cozinha.

Em grupos de whatsApp, pessoas que ficaram sabendo das dificuldades enfrentadas pela idosa, estão realizando campanhas de arrecadação de alimentos. As doações podem ser encaminhadas para a Rua General Câmara, 44 (na casa dos fundos).

SEM FAMILIARES - Regina Helena foi casada, mas o marido acabou indo embora logo depois do diagnóstico de câncer. Sem filhos e outros parentes, ela passou a contar com a única amiga que tem, Angela Maria Rosa da Silva, de 59 anos. No entanto, as duas têm problemas de saúde e sofrem com as mesmas dificuldades financeiras.

Na prática, por causa dos 22 anos de amizade, resolveram dar as mãos e sofrer com as dificuldades juntas.

A SITUAÇÃO DE ÂNGELA - o texto é para contar a história da dona Regina Helena, mas me sinto na obrigação de falar um pouquinho da Ângela Maria. Ela recebeu, recentemente, uma cesta básica da Assistência Social, mas não tem condições de pagar aluguel e continuar o tratamento de saúde. Na hora que conversava comigo, ela estava tonta. Mal conseguia ficar em pé. E o que mais preocupa, é que ela parece estar desistindo. "Eu não tenho vontade de viver. É insuportável passar por tantas dificuldades. Às vezes, acho que a única solução é morrer. A gente passa a vida toda lutando e chega a esse ponto, de não ter nem onde morar".

Ângela Maria não tem renda fixa e está entre os brasileiros que não receberam auxílio emergencial.

Segundo dados do Ministério da Cidadania atualizados até 18 de dezembro, 68,2 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial enquanto mais de 35 milhões tiveram o pedido negado. Foram pagas nove parcelas para cada pessoa: cinco de R$ 600 e quatro de R$ 300, totalizando R$ 230,98 bilhões. Não haverá novos pagamentos neste ano.

AJUDA: A comunidade gabrielense se sensibilizou e ajudou Regina. Ainda na noite de sexta-feira, ela recebeu gás de cozinha e doações de alimentos. No sábado, o número de donativos aumentou, incluindo ações da Secretaria de Assistência Social. No domingo, uma leitora doou R$ 400 para a quitação do aluguel atrasado e outras pessoas estão ajudando a somar o valor do aluguel deste mês. 

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