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Se 'aproveitando' do momento

Governo recebe lideranças do 'movimento' que reivindica moradias para famílias carentes

 Cerca de 50 pessoas de um movimento pró-moradia se juntaram na parte de trás do prédio da Prefeitura, no portão de acesso ao estacionamento, para apresentar reivindicações ao governo municipal. A concentração aconteceu no começo da manhã desta segunda-feira (09/11). O grupo está "acampado", há mais de uma semana, em uma área do Município, no Bairro Santa Isabel, na zona sul da cidade. Segundo os responsáveis, o efetivo envolvido no movimento pode chegar a 280, mas, mais de 50% são pessoas que não precisam de habitação ou estão fazendo uso político da situação. 

O produtor rural Jovane Rodrigues Pohia, morador de Santa Margarida do Sul e dois representantes do grupo que invadiu o terreno do Município (Paula Madalena de Moura Alvarez e Milton dos Santos Boeira, conhecido pelo apelido de Sabiá) conversaram com o Prefeito em exercício, Marcos do Monte Vieira; a Procuradora Jurídica, Michele Maciel; e o Secretário de Segurança e Cidadania, Vitor Teixeira. O diálogo ajudou a acalmar os "nervos", já que as duas partes mostraram interesse em resolver a situação de forma amigável e sem violência. 

Pohia assumiu o compromisso de apresentar, ainda nesta segunda-feira (09/11), um documento com dados das pessoas que estão acampadas, enquanto Vieira garantiu que a Prefeitura (através dos setores responsáveis) analisará a situação cadastral na coordenação de habitação, assim como encaminhará, cada nome, para avaliação junto à Secretaria de Assistência Social. 

O produtor rural descartou o envolvimento do movimento com facções políticas e disse que divulgações feitas nos últimos dias, foram realizadas sem autorização das famílias envolvidas. "Sabemos que tem gente que está aproveitando o embalo, a situação, para tirar proveito", argumentou.

O QUE DIZ O MUNICÍPIO 

Prefeito em exercício, Marcos do Monte Vieira garantiu que o Poder Público está buscando alternativas para solucionar o impasse. No entanto, qualquer decisão - de imediato - será embasada em um parecer jurídico com aval do Ministério Público. "Estamos em período eleitoral. Embora haja o interesse de resolver, a legislação impede que o Poder Público trate de questões dessa natureza no momento. Lamentamos que essa decisão tenha acontecido durante o período eleitoral, há uma semana do dia da votação", enfatizou. 

"NÃO QUEREMOS VIOLÊNCIA" 

Luis Eduardo Bernardon morava no apartamento do sogro junto com a mulher. Mesmo trabalhando, ele não tinha condições de seguir pagando aluguel. A decisão foi unir forças e tentar conseguir algo por meio de um programa habitacional que possa ser viabilizado pela Prefeitura. Ele ainda admite que outras pessoas (que também estão acampadas) enfrentam dificuldades maiores.  

Uma mãe pagava aluguel de um barraco no Bairro Santa Regina e optou por abandonar o casebre para morar embaixo de uma lona. "Ela disse que, mesmo assim, ainda é melhor morar com os filhos (quatro no total) debaixo de uma árvore. Ela morava num barraco que chovia como na rua", explicou. 

Bernardon também questionou o possível fim da área ocupada. "Sabemos que foram doadas para empresas, como Reck e Pradela? essas pessoas precisam muito mais", argumentou. 

A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de São Gabriel explica que a área não foi doada e que a destinação, em forma de cessão de uso, foi aprovada pelo Poder Legislativo. As empresas precisam atender exigências, tais como geração de emprego e renda para o Município. 


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