SÃO GABRIEL WEATHER

Briane Machado

O futuro é logo ali?

Não há preparação prévia para o futuro. Estamos fadados à surpresa, aos encantos e mistérios do que é, até então, desconhecido. 
A novidade, de certa forma, nos leva a despertar os níveis mais profundos de ansiedade, pois a maioria de nós não tem o discernimento para encarar mudanças - sejam elas pequenas ou grandes. 
Nem sempre conseguimos viver o presente em razão da espera (extrema) e da expectativa que o futuro, indiretamente, nos influencia. 
Muitas vezes já nos deparamos com frases do tipo "pensar no passado nos leva ao estado depressivo" e "pensar demais no futuro nos causa ansiedade". 
Pode parecer balela motivacional, mas não é nada menos do que a verdade. 
Não temos o poder de escolher o que está no subconsciente, mas temos a possibilidade de optar pelo que continuará fazendo parte da vida ou a influenciando. Afinal, como agimos e as atitudes que tomamos ao longo da vida têm a ver com o que já vivemos - seja bom ou ruim. 
Estamos vivendo uma das piores calamidades da história. Todo dia temos notícias de pessoas que se foram. Nos deparamos com as maiores atrocidades promovidas pelo ser humano. Estamos em constante vigilância: não temos tranquilidade para levantarmos pela manhã e seguirmos um dia rotineiro de trabalho. 
O medo passou a fazer parte de todos nós. Antes, tínhamos um enorme receio de sairmos à noite em virtude da violência constante. Hoje, o medo passou a tomar conta, inclusive, em razão do simples fato de sair na frente de casa sem usar máscara. 
Fomos reduzidos a uma bomba-relógio. Ninguém mais sabe onde o perigo está e olhamos com certo distanciamento (não somente físico) para os outros. 
O reduto de paz e tranquilidade passou a ser o lar - para quem tem essa sorte. Lá, nos sentimos protegidos do que é tão cruel. 
Mas, como será daqui para frente?
O que encontraremos nos próximos meses? 
Como será a vida pós-máscara?
Não temos a menor noção de como estaremos no dia seguinte, mas nos preocupa o fato de desconhecermos as novas regras, o novo normal, a nova realidade. 
A preparação prévia não existe para algo que passa longe de ser pensado. Temos a constante preocupação em pagar boletos, em adquirir, em ter, em ser. Porém, a ideia de vivermos ameaçados por algo que nem sequer pode ser visto é, irritantemente, presente. 
Talvez, o que nos reste seja a própria preparação para sabermos acolher as adversidades que podem surgir. Nunca estaremos prontos para o novo, mas saber como reagir já é meio caminho andado. 
De fato, novidades assustam, ainda mais se tratando de algo tão cruel como o que estamos (con)vivendo. 
Continuemos.

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