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Homicídio doloso

Civil pede prisão de PMs investigados pela morte de Gabriel

A Polícia Civil de São Gabriel pediu a prisão preventiva dos três Policiais Militares investigados pela morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos. O documento foi encaminhado ao Poder Judiciário na tarde desta segunda-feira (22/08).

Em coletiva, realizada no começo da tarde, acompanhado do delegado regional Luis Eduardo Benites, Bastos admitiu que há no inquérito depoimentos e outras informações que aponta para homicídio doloso contra o jovem. Polícia investiga elementos que embasam tal qualificação, indicando que o jovem foi agredido no local da abordagem e, ao ser encaminhado para a viatura, apresentava sinais de violência.

PRISÃO MILITAR

Os três policiais militares que atenderam a ocorrência tiveram suas prisões estendidas na audiência de custódia deste sábado (20/08). A responsável por julgar a relevância da detenção deles foi a juíza Viviane de Freitas Pereira, da Auditoria Militar de Santa Maria.

O trio foi conduzido ao presídio militar de Porto Alegre depois da decisão ser anunciada no centro do Estado, 24 horas depois do pedido de prisão deles ter sido cumprido.

Na audiência de custódia foi analisado o abandono de pessoa que está sob cuidado dos militares e falsidade ideológica, tendo em vista que há indícios de alteração de documento público. O inquérito militar e o civil ainda podem chegar a conclusão que os policiais tenham cometido outros crimes.

O corpo de Gabriel Marques Cavalheiro foi velado na tarde de sábado (20/08) e madrugada de domingo (21/08) e foi enterrado na manhã. Também no sábado, no começo da tarde, uma caminhada reuniu mais de 200 pessoas nas ruas próximas ao esquadrão da Brigada Militar e Delegacia de Polícia pedindo justiça.

HOMENAGENS E COMOÇÃO

O corpo de Gabriel foi enterrado na manhã deste domingo (21/08) no Cemitério da Santa Casa de São Gabriel. Em homenagem ao rapaz, um grupo de cavalarianos ficou à frente do cortejo porque, segundo os parentes, Gabriel era apaixonado por cavalos. Salva de palmas marcou o momento em que foi colocado na sepultura. Sobre o ataúde, foi depositado chapéu preto de cavalaria. Logo depois, ouviram-se gritos pedindo por justiça.

Entre as vestes usadas para cobrir o corpo do garoto, estava um chapéu do Exército. O jovem deixou Guaíba uma semana antes do sumiço para residir com familiares em São Gabriel, onde se apresentaria para o serviço militar.

ENTENDA O CASO

Na noite de sexta-feira (12), Gabriel foi abordado por uma guarnição da Brigada Militar. Paula Beatriz Lima da Silva é a principal testemunha. Ela disse à polícia que estava com a filha e uma afilhada quando Gabriel parou junto à grade de seu terreno e começou a gritar pelo nome Paula. Ela chamou a BM.

Imagens de câmeras de segurança mostram a viatura da Brigada Militar chegando ao local. Paula Beatriz conta que Gabriel foi abordado por três policiais, imobilizado e algemado. Por ser contra a forma como o jovem foi tratado, ela passou a registrar vídeos e fotos com o celular. As imagens gravadas mostram Gabriel sendo conduzido em direção à viatura.

Em depoimento, os policiais envolvidos na ação confirmaram que levaram o jovem até a localidade de Lava Pé após um pedido dele. Mas a família rejeita a versão, pois o jovem não morava no município e desconhecia a região.

Além disso, segundo a advogada da família, a câmera de segurança de uma escola e o trajeto apontado pelo GPS da viatura policial mostram que o veículo ingressou diretamente na estrada de chão às 0h05, retornando em torno de 0h12. No entanto, pela baixa qualidade da imagem e pelo fato de as janelas estarem fechadas, não é possível identifica quem está na parte interna do automóvel.

o corpo de Gabriel encontrado na sexta-feira (19/08) em uma barragem no Lava Pé (para onde foi levado pelos PMs). O jovem morava em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre e estava em São Gabriel para cumprir serviço militar obrigatório.


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